O cardeal Giovanni Battista Re,da Congregação para os Bispos, justificou este sábado a excomunhão da mãe de uma menina brasileira de 9 anos, que foi submetida a um aborto depois de ter sido violada pelo padrasto, afirmando que os gémeos que ela havia concebido "tinham o direito de viver".
Numa entrevista publicada neste sábado pelo jornal italiano La Stampa, Re - que também é presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina -, declarou: "é um caso triste, mas o verdadeiro problema é que os gémeos concebidos eram duas pessoas inocentes que também tinham o direito de viver, e não podiam ser suprimidos".
O arcebispo de Recife, José Cardoso Sobrinho, anunciou na quinta-feira a excomunhão da mãe da menina, que estava na 15ª semana de gestação de gémeos, concebidos durante uma violação praticada pelo padrasto da menina.
Além da mãe, os membros da equipa médica que realizou a cirurgia também foram excomungados.
"Devemos sempre proteger a vida, o ataque contra a Igreja brasileira é injustificável", estimou Re.
"A excomunhão para aqueles que praticaram o aborto é justa", já que a operação constitui "sempre a supressão de uma vida inocente", afirmou.
Na sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou duramente o bispo de Recife pela decisão de excomungar a mãe da menina.
"Como cristão e como católico, lamento profundamente que um bispo da Igreja católica tenha um comportamento conservador como este", disse Lula.
terça-feira, 10 de março de 2009
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